domingo, 20 de março de 2011

Não Sei Escrever Contos...

Não sei escrever contos. Fato. Gostaria e muito de ter sensibilidade característica de quem os escreve. Sensibilidade e os “dois dedos de genialidade”, ambos são capazes de compor lições de moral poderosas o suficiente para conduzir alguém à reflexão. Não sou assim. Não nasci assim e não estava dos planos de quem quer que seja, que eu estivesse no ambiente adequado para tal. Sim, ambiente, pois existem ambientes adequados e preparados para estimular o despertar da genialidade. Os melhores e mais destacados jogadores de futebol, são filhos de bons jogadores, ex-profissionais ou pra sempre frustrados, que depositam e seus filhos suas próprias esperanças e estimulam com isso a capacidade inata aliando-a com disciplina a um plano bem traçado. Com os escritores de contos existem também a influência do ambiente, mas para que eu escrevesse um conto meu ambiente deveria ser outro, mais romântico, mais preocupado comigo, mais atencioso pelo menos. Nada tive de romantismo. Tampouco de criativo. Foi duro. Entre o não ter pão e ter brioches, tive um pão com manteiga, o qual sou grato de coração, não reclamo disso, reclamo do pão com manteiga por já ta de bom tamanho. Cítrico. Gosto dessa palavra pois ela me define, tudo isso me tornou cítrico, o meu ambiente foi isso pra mim. Ou me tornei por causa dele. Sabe o limão ou abacaxi, que sendo azedos produzem derivados deliciosos com a devida adição de açúcar...ninguém os qualifica de azedos, e sim de cítricos.
Meu olhar crítico, é filho do ambiente cítrico. Ambiente azedo, com muitos derivados doces é verdade. No meu ambiente fui tão protegido para que não me tornasse um execrável, um bandido, um alguém seduzido pelo fogo fátuo das facilidades da vida, que esqueceram que eu podia ser Senador(ah sim, eu queria mesmo era ser Senador, mas...isso eu conto depois). E entre um e outro, entre o execrável e o notável. Eu fiquei no meio do caminho. Alguém que dança ao som de algumas palmas. E sou acusado sempre pelos mesmos donos da minha matrix de não ter correspondido às expectativas. Vai ser sempre assim.
Por isso, não sei escrever contos. Minha genialidade de “meio dedinho” não casou com ambiente que tive. Casamentos que resultam em belos bebês em formas de contos ou livros. Por isso acostumei a sempre entender que a doçura que possuo é para disfarçar minha verdadeira acidez. Não sei escrever contos. Por isso escrevi essa crônica...

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